sexta-feira, 6 de novembro de 2020

AGORA

Olho o relógio de parede com imensa ansiedade                
e vejo que está quase na hora de ele chegar.                      
Observo a casa, pormenorizadamente
procurando algo fora do lugar
mas nada. As rosas estão sobre a mesa
com toalha alva, desejosa e cheirosa   
os lençóis imaculados e já preparados
a coca-cola, sua bebida preferida 
o queijo e o pão do forno, que tanto aprecia
e os cuidados para que me ache bela e apetitosa.

E quando ele entra e se encaminha para a sala
tenho o peito apertado e o coração aos pulos 
na emoção e na alegria da chegada
e desta vez, sim, desta vez, para sempre.
Não passarei por mais esperas 
não existirão mais longuras e distâncias
e os seus pertences, os seus espaços na casa 
tudo isso ficará para pensarmos depois.
Agora, não desejo novidades, nem notícias
não quero palavras, quero somente fazer amor.

Agora, quero apenas os seus braços espaçosos 
os seus olhos, ávidos, iluminando os meus
a vontade imensa, forte, intensa de me amar
a sua voluptuosidade enredando-me
e a sua fúria penetrando-me bem e sem vacilar.


CÉU                                                                                                                              

terça-feira, 29 de setembro de 2020

PROMETO

Fiz pesquisa e resumo de algumas preces e orações indígenas, e como resultado surgiu esta postagem.


Esqueci-me de agradecer à Terra

que me deu casa para eu me abrigar

nela ser feliz e poder morar.


Esqueci-me de agradecer aos oceanos

aos mares, rios, lagos e ribeiras

que me dão as suas proveitosas águas.


Esqueci-me de agradecer às árvores

que tão bondosamente

me dão flores, frutos e sementes.


Esqueci-me de agradecer ao Sol

que ilumina a Terra inteira

e que me dá luz e calor, tão preciosos.


Esqueci-me de agradecer ao vento

que traz a chuva benfazeja

para engrandecer o meio ambiente.


Todos os seres da Natureza

as Árvores, o Sol, a Lua, o Vento

se dão bem uns com os outros

portanto, tudo está em harmonia

todavia, eu e por ser imperfeita

esqueci as minhas promessas

mas daqui para a frente, juro

vou começar a aprender

com o equilíbrio em toda a Terra

e não mais esquecerei de agradecer

a sã convivência entre todos os seres

e como eles procederei. Prometo!


CÉU

segunda-feira, 31 de agosto de 2020

POR UMA SEMANA, MUDEI A MINHA POESIA PARA...

Olá, amigos(as)!

Voltei, hoje, ao meu blogue, mas o meu poema pós férias encontra-se no seguinte link:

https://sonhossepoesia.blogspot.com/

Fui convidada, pela Gracita a colaborar numa rubrica, que ela criou, denominada "Café Poético", gesto que aceitei com muito agrado.

Espero a vossa visita e comentário, se pretenderem. Obrigada.

Aqui, os comentários encontram-se fechados, pelo que peço desculpa, visto que o poema da minha rentrée na escrita está no blogue "Sonhos e Poesia", cujo link atrás referi.
 


IMAGEM RETIRADA DA NET


sábado, 1 de agosto de 2020

FÉRIAS

MEUS AMIGOS!

Estou de férias, em casa, até ao final do mês.

Os comentários encontram-se encerrados para descanso das minhas mãos.

ATÉ BREVE!                                

IMAGEM RETIRADA DA NET



sábado, 4 de julho de 2020

DIVAGAÇÕES

Na imensa solidão destas ruas intermináveis
dou trabalho às mãos em papéis brancos
e entrego-as às letras soberbas e cheirosas
lembrando-me de ti em cada fragrância
em cada memória dos teus gestos prováveis
carinhosas e fogosas imagens que persigo
projetadas em dias vivos, esperando a noite
para estendermos os nossos corpos
num doce enlace, como esculturas perfeitas
de um molde único, só expostas em templos.

Sou a que escreve os inomináveis instantes
dando-lhes a beleza doce das grandezas
das mulheres que conseguem ser princesas
que ousadamente se deixam olhar, fitar
e dizem com os olhos que estão guardadas
para quem as ame e venere como fêmeas.
Na brevidade dos minutos em que descanso
repetindo desejos, olho as janelas
de onde se espraia o negro da noite calma
a quem confio os dias que me envelheceram.

Atentem! Não pertenço a nenhuma geração
nem à imperfeita e interminável História
só invento, crio e recrio a minha, só minha
com o que possuo e que me pertence.
As histórias passam por nós, inundam-nos
como sombras dançantes que vão e vêm
como a alegria e a tristeza, o bem e o mal
tudo existe, mas sempre tu e tu
que não preciso que me beijes e abraces
bastando-me que me fales dos teus anseios.

A minha saia garrida balanceia diante de t
escondendo e revelando as minhas coxas
e a atrevida blusa excita os meus mamilos
que te fazem imaginar algo de encantar
tão somente no prazer de comtemplares
onde o poema vai mais longe que as mãos.
Despeço-me das palavras, mas voltarei
para enchê-las do que se passa na mente
das minhas noites possuídas neste corpo
donde saio apenas para desejar-te em mim.


CÉU


domingo, 7 de junho de 2020

VIAGEM

No lusco-fusco do quarto, sinto-te o corpo agitado
enquanto o coração se ilumina e te salta do peito
em raios de luz nunca antes vistos de tão fortes.
A escuridão ganha luz e aparecem as sombras
que permitem que me toques, sem me veres bem
sentindo-me eu presença assídua na tua existência   
caminhando a teu lado, ao longo de tantos anos
amando-te, tão desalmadamente, pelas noites fora
sendo o meu corpo penetrado pelo frémito do teu
que o reconhece pelo ímpeto na minha pele despida.

Absorves o calor dos meus lábios cruzando os teus
a intensidade dos mares dos meus tórridos olhos
quando vem inundar e beijar a areia das tuas praias.
Das minhas mãos acolhes o tato com que te acaricias
sentindo-te meu a cada instante, a cada gesto subtil
recebendo na essência de ti, o meu corpo carente
tomando-o, abraçando-o, beijando-o, sofregamente
numa louca excitação, de fazer inveja a toda a gente
deixando-o, completamente, entregue, sem hesitar
ao teu corpo descontrolado e húmido de tanto prazer.

Sinto e inalo do ar, o perfume da tua agradável pele
como se tivesses vindo daí, de tão longe, até aqui
como se estivesses bem perto e juntinho de mim.
As minhas mãos estrebucham no ar, procurando-te
fascínio, magia, aquela que te faz até mim viajar
ou, pura e simplesmente, vontade de te reencontrar. 


CÉU


segunda-feira, 20 de abril de 2020

DANÇA

Acariciada por flores, subtis pétalas, enleadas    
húmidas e borrifadas pelo odor do teu corpo
sinto na minha carne, vibrantes estocadas 
que me dizem da virilidade das tuas vontades
na dança sensual e fatal dos nossos sentidos
que executo, bela e leve, em atrevida perfeição.

E ouvindo, com prazer, os teus cânticos doces
que se desprendem da tua boca com paixão
banho-me, com destreza, nos teus suores 
por desejos cada vez mais fortes e excessivos
indo de rompante ao teu sabor e fragâncias
que em mim se enroscam, despudoradamente.

E mergulho, sem hesitar, nos lençóis despidos
só com o físico, o corpo em tortura e suplício
os lábios a implorar os teus, encarecidos
dos beijos de amor descarados e depravados
que choram pela tua língua, soltando gemidos
executados e lançados por mim, perfeitamente.

E as tuas mãos agarrando a minha cintura nua
balançam-se nela com imaginação e pertença
como se fosse tua, e a dança árabe continua
por mais um momento, um dia e uma lua
sentindo o prazer do teu olhar na deambulação
que se mostra e arde, compulsiva e delirante
libertando os nossos corpos, sem parar, odores
que se espalham no ar dos teus aposentos
implorando, destrambelhados, por tambores
rufando, superlativamente, na cama da servidão.


CÉU          

sábado, 21 de março de 2020

LOUCURAS

CELEBRA-SE, HOJE, DIA 21 DE MARÇO, O DIA MUNDIAL DA POESIA. EIS A MINHA PARTICIPAÇÃO!


Sei que todos, mas todos os poetas são loucos
e os poemas estados de alma e alegorias.
Peço-vos que façam das noites inconsoláveis
noites formosas, felizes e açucarados dias
concebam e deem à luz poesia, muita poesia.
Palavras bem alinhadas, bem casadas, amadas
emoções, sentimentos, bem, mal, tormentos
tudo o que exprimis, sentis no ventre da poesia
ah, minha vida tão incolor, inodora e tão vazia
onde me encontro perdida e de tudo defraudada.

Não tenho atrevimento para escrever um poema
se vocês, ilustres poetas, já tudo escreveram
já tudo nos deixaram ler, mas tudo é tão pouco
porque vós, os desavindos da vida, sois imortais.
Eu, quem sou eu no mundo e o que faço, aqui?

Vejo e sinto que transportam para o poema
a minha parte interior, a minha débil essência
que iguala a dor tamanha, à dimensão dos céus
dos quais estou ausente por vontade própria
que não ousa questionar-me ou atormentar-me.

Que bizarro! Como podem vocês escrever assim?
Até parece que todos, todos me deram à luz
embora não sejam meus pais, estranhamente
porque vós não me gerastes nas entranhas
naquela dor tão grande, desatinada e tamanha
mas conseguem fazer poesia, que é só minha.
Todas as palavras, todos os versos são meus
e tudo o que vocês escrevem, já eu escrevia.
Estarei louca? A loucura é a verdade nua e crua
sem floreados, rendilhados e mentiras de ocasião.

Mas, meus amigos e leitores, voltemos à poesia
pois não desejo que, casualmente, pensem
que me esqueci do nada ou do tudo que senti
que me esqueci do mais relevante e importante
esses terríveis e enclausurados momentos
em que todos os vossos poemas, a vossa obra
em mim inventada, recriada e assaz ansiada
é a história da história em que pereci, sozinha
por não ser capaz de escrever um único poema
que fale da minha total insanidade e humanidade.


CÉU

domingo, 8 de março de 2020

DIA INTERNACIONAL DA MULHER


ISSO MESMO! PREFERIMOS RESPEITO A FLORES, PORQUE ESTAS DURAM POUCO. ENTENDERAM, SENHORES?


Ser dia disto ou daquilo, pouco representa para mim, porque são dias comerciais, mas há dias cujas causas históricas não podemos esquecer e este é um deles.



HOMENS, CONSIDEREM-NOS DE IGUAL PARA IGUAL, ACEITEM AS NOSSAS OPINIÕES E DECISÕES, NÃO NOS MALTRATEM E SOBRETUDO NÃO NOS TIREM A VIDA.


Temos direitos e deveres, tal como vocês, e não queremos nem mais, nem menos. Somos diferentes, e por isso nos deveríamos completar tão bem.


FELIZ DIA PARA TODAS AS MULHERES DO MUNDO!


CÉU

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

CINCO ANOS DE BLOG/ DIA DOS NAMORADOS

Parabéns! Hoje é o teu dia, o dia do teu aniversário, querido blogue. Que dia tão feliz e de tanto amor!
Há cinco anos (14-02-2015) eu percebi que um blogue, embora quase nada soubesse deste meio de exposição e comunicação, era a melhor maneira de mostrar o que sentia através da escrita, da poesia, mais concretamente.
Fiquem, pois, com a certeza que sem a interação de todos vocês, hoje eu não estaria a comemorar esta data, tão significativa para mim. OBRIGADA!
 
Comemora-se hoje, também, o Dia dos Namorados. Associemos, então, as duas datas e o amor, obviamente. Um "segredo": foi, intencionalmente, que criei este meu espaço no dia 14 de fevereiro.


AMAR

Eu quero amar, amar, perdidamente
amar só por amar, aqui, além
mais este, e aquele o outro e toda a gente
amar, amar e não amar ninguém.

Recordar, esquecer, indiferente
prender ou desprender, é mal, é bem
quem disser que se pode amar alguém
durante a vida inteira, é porque mente.

Há uma primavera em cada vida
é preciso cantá-la assim florida
pois se Deus me deu voz, foi para cantar.

E se um dia, hei de ser pó, cinza e nada
que seja aminha noite, uma alvorada
que te saiba perder para me encontrar.

AUTORA: FLORBELA ESPANCA



PRIMEIRO A TUA MÃO SOBRE O MEU SEIO

Primeiro a tua mão sobre o meu seio.
Depois o pé - o meu - sobre o teu pé.
Logo o roçar urgente do joelho
e o ventre mais à frente na maré.

É a onda do ombro que se instala.
É a linha do dorso que se inscreve.
A mão agora impõe, já não embala
mas o beijo é carícia, de tão leve.

O corpo roda: quer mais pele, mais quente.
A boca exige: quer mais sal, mais morno.
Já não há gesto que se não invente,
ímpeto que não ache um abandono.

Então já a maré subiu de vez.
É todo o mar que inunda a nossa cama.
Afogados de amor e de nudez
somos a maré alta de quem ama.

Por fim o sono calmo, que não é
senão ternura, intimidade, enleio:
o meu pé descansando no teu pé,
a tua mão dormindo no
meu seio.

AUTORA: ROSA LOBATO DE FARIA



 JOELHO

Ponho um beijo
demorado
no topo do teu joelho

Desço-te a perna
arrastando
a saliva pelo meio

Onde a língua
segue o trilho
até onde vai o beijo

Não há nada
que disfarce
de ti aquilo que vejo

Em torno um mar
tão revolto
no cume o cimo do tempo

E os lençóis desalinhados
como se fosse
de vento

Volto então ao teu
joelho
entreabrindo-te as pernas

Deixando a boca
faminta
seguir o desejo nelas.


AUTORA: MARIA TERESA HORTA



FUNDO

Essa tua boca rosada e entreaberta
molhada e com hálito de hortelã
esse cheiro único, bom e másculo
que sei que vem do teu corpo
deixam-me, acredita, fora de mim.
Quisera eu poder tornar eterno
esse perfume bárbaro e orgástico
nas minhas noites de solidão
onde só a lua me ilumina e fascina
e esse teu coração, indomável
que bate tão perto do meu peito
fazendo arrepiar a minha pele
eriçando os mamilos dos meus seios
famintos, com o poder da paixão.
As tuas mãos tórridas e suadas
passeando por baixo do meu vestido
por entre a minha lingerie com rendas
fazem subir pelas minhas costas
arrepios que não sei como suspender
fazendo com que me entregue toda
sem pensar, nem sequer hesitar
mergulhando fundo no sítio do prazer.


CÉU

sábado, 11 de janeiro de 2020

ESTILHAÇOS DE PRAZER

Sei que estás nu, coberto por um lençol de cetim
que adocicas e perfumas com o odor da tua pele
paralisando-me o pensamento, por instantes.
Esboças um sorriso descarado, apelativo e terno
e eu atrevo-me, despudorada, a avançar para ti
ávida, doce e compulsiva, mordiscando os lábios
secos, desidratados, mas húmidos de tanto desejo.

A um ou dois metros de distância de ti, fico tonta
e pareço que percorro um longuíssimo corredor
numa encenação involuntária e quase dramática
como na Antiga Grécia, no tempo de Aristóteles.
Não consigo afastar o meu olhar do teu corpo
e tu, deslavado e propositadamente, atrais-me
como o polo positivo com o negativo. Não se faz!

Desorientas-me toda, desativando-me o raciocínio
e a meia dúzia de passos da cama, puxas-me
caindo os dois num beijo ofegante e prolongado.
Arrepias-me com as tuas mãos tão frias, geladas
do copo com uma bebida, que nelas seguravas
e desnudas-me, rasgando-me a roupa todinha
que, desnorteado, atiras para os cantos do quarto.

O cenário ficou ainda mais quente e inconsciente
quando num ato ingénuo, adolescente e pueril
atiraste para o lume da lareira, a minha lingerie.
As chamas pintavam cores tórridas e devassas
e os corpos permitiam, entrando em ebulição
transpirados, alagados, roçando-se um no outro
alheios a tudo, vivendo só aquela fome desordeira.

Foram tantas e tão poucas, que ainda insaciáveis
apenas queríamos mais e mais, mais outra vez
até que os nossos corpos estilhaçassem de prazer
num clímax, em que os ais e gemidos agudos
davam ordens às cinzas gastas pelo nosso amor.
Nada nem ninguém mais existia à nossa volta
onde nos sentíamos peritos em jogos de sedução

tendo, depois de tudo isto, jurado um ao outro
que, um dia destes, talvez amanhã ou depois
voltaríamos a sentir e a viver aqueles momentos.


CÉU 

O MUNDO PASSA POR AQUI