sexta-feira, 1 de novembro de 2019

DEVORA-ME

Faço que esqueço o que sinto por ti          
roço-me nas artérias do coração                
e levo algo que debele a tua sede.     
Toma-o e entorna-o, sem pensares
sobre o meu corpo ávido, carente                 
tórrido, atrevido, esfaimado, lascivo.          

Beija e unta os meus lábios de cereja          
com o chantilly da tua doce boca                 
e caminha até mim, ousadamente. 
Sem hesitares, faz-me toda tua                
ficando eu como cheguei ao mundo                  
possui e goza este corpo que te grita. 

- Sou felina, sou mulher, devora-me!

Faz, amor, do teu corpo o meu lençol
põe-me no ponto com leviandade
sem juízo algum, limites e barreiras 
escancara-me, põe-me em clímax
como se nada mais nos interessasse
neste rodopiar e alcançar de prazeres.

E sem medo deste bulir de sensações
descobre e conquista o meu ego
acha os mistérios e particularidades
neste corpo em incrível desordem  
estreia e penetra bem a minha gruta
e vem-te dentro de mim, meu homem!


CÉU                   

O MUNDO PASSA POR AQUI