terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

PANDEMIA

 

APÓS TER FEITO PESQUISA DIVERSA, ESCREVI ESTE TEXTO, BASEADO EM IDEIAS DO PENSAMENTO BUDISTA, VISTO SER AQUELE QUE MAIS CORRESPONDE ÀQUILO QUE PENSO SOBRE A PANDEMIA.


Neste tempo de Pandemia do Coronavírus, em que foi dito e redito às pessoas para ficarem em casa para não espalharem ainda mais o vírus, muitas acham que falta tempo e outros que sobra. Reflitam! O tempo é o mesmo e nós somos o tempo e não existe uma coisa separada de nós chamada tempo. Quando as pessoas dizem:"- Ah! Não tenho tempo para fazer nada." Não é verdade. Nós é que estamos sobrecarregados de tarefas. Atualmente, temos muito mais acesso à informação e queremos estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Não conseguimos, pois não sabemos priorizar. Quem está a trabalhar em casa, teletrabalho, está a sentir mais dificuldade em organizar-se, porque para além das tarefas domésticas, há a solicitação das crianças e dos amigos, o que pode retirar um pouco a sua concentração.


Isso de faço o que quero, quando quero e com quem quero, sempre foi e será uma falsa sensação de liberdade, pois todos nós temos direitos e deveres. Seguir a quarentena deve ser visto como uma atitude para o seu próprio bem e o de milhares de pessoas, evitando que o vírus se propague. Então, se o momento é para ficar em casa, aproveite-o da forma que mais lhe agradar.


As pessoas estão a morrer diariamente e nós sabemos disso. Então, temos de nos preparar, porque amanhã podemos ser nós e asfixiados. É angustiante. Há um susto tremendo, há uma ansiedade, há medo (não é errado, não é feio sentir medo. É natural da nossa espécie), mas não chega a paranoia. Segundo os dicionários, paranoia é: " perturbação mental que se caracteriza pela tendência para a interpretação errónea da realidade em consequência da suscetibilidade aguda, do orgulho excessivo e/ou da desconfiança extrema do indivíduo que pode chegar até ao delírio persecutório" (esta definição vai direitinha para o professor e médico Jorge Torgal).


Buda já dizia há 2.600 anos que não havia nada seguro neste mundo. A vida sempre foi assim e é uma falsa sensação de que temos o controle de tudo. Não temos. Hoje temos emprego, amanhã poderemos perdê-lo, hoje somos saudáveis, amanhã poderemos ficar doentes. A nossa vida está sempre por um fio.


A Pandemia, um dia irá terminar, mas por enquanto estamos passando momentos de turbulência. E como passar por tudo isto de uma maneira melhor? Fazendo a nossa parte, cuidando-nos em todos os aspetos. A gente tem de perder a mania de querer achar sempre um culpado para dizer: "olha, se piorar, a culpa é dele(a). Agora, isso não pode existir, agora vamos inspirar coisas boas para nós e para o nosso coração. Preocupemo-nos em ajudar o outro, pois geralmente quem menos tem, é quem mais partilha. Não interessa o que pensamos ou quem somos, pois, agora, nós temos apenas uma necessidade: a vida. E a vida é maior que tudo isso. Temos de superar este tempo juntos e unindo forças.


Depois de tudo aquilo que estamos a passar e passaremos ainda, talvez haja uma transformação da sociedade depois da pandemia. Gostávamos todos que isso acontecesse, sem dúvida. Acho preocupante nos esquecermos de tudo aquilo que passámos. Será que depois da pandemia findar, continuaremos a ser egoístas, fechados em nós mesmos, cada um com o seu telemóvel na rua, batendo com a cabeça um no outro? Sinceramente, espero que estes tempos despertem a consciência humana e percebamos que somos um só corpo e uma só vida com tudo o que existe.


Com mais consciência, o ar pode melhorar, os rios, também, a natureza em geral e as nossas relações uns com os outros, igualmente. Que essa experiência/Pandemia nos transforme para melhor. Gostava tanto! Nós vamos aprender com tudo o que temos passado ou iremos esquecer tudo daqui a alguns anos? Seria bom que ficasse em nós a lembrança deste terrível acontecimento que quase destruiu o mundo, pois engrandeceríamos como seres humanos. Estarei eu a ser ingénua e utópica?


CÉU

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