sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

CINCO ANOS DE BLOG/ DIA DOS NAMORADOS

Parabéns! Hoje é o teu dia, o dia do teu aniversário, querido blogue. Que dia tão feliz e de tanto amor!
Há cinco anos (14-02-2015) eu percebi que um blogue, embora quase nada soubesse deste meio de exposição e comunicação, era a melhor maneira de mostrar o que sentia através da escrita, da poesia, mais concretamente.
Fiquem, pois, com a certeza que sem a interação de todos vocês, hoje eu não estaria a comemorar esta data, tão significativa para mim. OBRIGADA!
 
Comemora-se hoje, também, o Dia dos Namorados. Associemos, então, as duas datas e o amor, obviamente. Um "segredo": foi, intencionalmente, que criei este meu espaço no dia 14 de fevereiro.


AMAR

Eu quero amar, amar, perdidamente
amar só por amar, aqui, além
mais este, e aquele o outro e toda a gente
amar, amar e não amar ninguém.

Recordar, esquecer, indiferente
prender ou desprender, é mal, é bem
quem disser que se pode amar alguém
durante a vida inteira, é porque mente.

Há uma primavera em cada vida
é preciso cantá-la assim florida
pois se Deus me deu voz, foi para cantar.

E se um dia, hei de ser pó, cinza e nada
que seja aminha noite, uma alvorada
que te saiba perder para me encontrar.

AUTORA: FLORBELA ESPANCA



PRIMEIRO A TUA MÃO SOBRE O MEU SEIO

Primeiro a tua mão sobre o meu seio.
Depois o pé - o meu - sobre o teu pé.
Logo o roçar urgente do joelho
e o ventre mais à frente na maré.

É a onda do ombro que se instala.
É a linha do dorso que se inscreve.
A mão agora impõe, já não embala
mas o beijo é carícia, de tão leve.

O corpo roda: quer mais pele, mais quente.
A boca exige: quer mais sal, mais morno.
Já não há gesto que se não invente,
ímpeto que não ache um abandono.

Então já a maré subiu de vez.
É todo o mar que inunda a nossa cama.
Afogados de amor e de nudez
somos a maré alta de quem ama.

Por fim o sono calmo, que não é
senão ternura, intimidade, enleio:
o meu pé descansando no teu pé,
a tua mão dormindo no
meu seio.

AUTORA: ROSA LOBATO DE FARIA



 JOELHO

Ponho um beijo
demorado
no topo do teu joelho

Desço-te a perna
arrastando
a saliva pelo meio

Onde a língua
segue o trilho
até onde vai o beijo

Não há nada
que disfarce
de ti aquilo que vejo

Em torno um mar
tão revolto
no cume o cimo do tempo

E os lençóis desalinhados
como se fosse
de vento

Volto então ao teu
joelho
entreabrindo-te as pernas

Deixando a boca
faminta
seguir o desejo nelas.


AUTORA: MARIA TERESA HORTA



FUNDO

Essa tua boca rosada e entreaberta
molhada e com hálito de hortelã
esse cheiro único, bom e másculo
que sei que vem do teu corpo
deixam-me, acredita, fora de mim.
Quisera eu poder tornar eterno
esse perfume bárbaro e orgástico
nas minhas noites de solidão
onde só a lua me ilumina e fascina
e esse teu coração, indomável
que bate tão perto do meu peito
fazendo arrepiar a minha pele
eriçando os mamilos dos meus seios
famintos, com o poder da paixão.
As tuas mãos tórridas e suadas
passeando por baixo do meu vestido
por entre a minha lingerie com rendas
fazem subir pelas minhas costas
arrepios que não sei como suspender
fazendo com que me entregue toda
sem pensar, nem sequer hesitar
mergulhando fundo no sítio do prazer.


CÉU

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