sexta-feira, 21 de setembro de 2018

AO TEU DISPOR

Tu, meu homem, nem precisas sequer pedir
que eu mostrar-me-ei totalmente 
nas minhas peças íntimas e convidativas
tentando enlouquecer-te de prazer.
Preto com vermelho. Combinará?
Vermelho com preto. Seduzir-te-á?
Que importa isso agora, pensamentos meus?
 
Fico desassossegada e logo toda alvoroçada
para que sacies as minhas sedes
que não me dão tréguas, mas labaredas
ficando eu toda acesa, já sobremesa.
Crateras profundas, ofegantes, moribundas
lava tórrida, fluente, descompassada
para ser gasta pelos teus caprichos e vícios.

O meu corpo esfaimado, sequioso, chama-te
sempre que está indomável e em brasa
escancarando-se com pompa e circunstância
sem pudor, sem tino e sem vergonha.
Despe-se de tudo, tal como veio ao mundo
entregando-me húmida e preparada
fazendo tu dele o que quiseres e pretenderes.

Nos meus seios vês estrelas, que queres tocar
na cintura, ancas e coxas, planetas viris
sendo nesta cegueira, que tu tateias
mas, juro, que te conduzirei e curarei.
A minha pele nua será teu guia providencial
que tudo promoverá para te orientar
obedecendo a tua língua às pistas, sem hesitar.

E, de imediato, ela alastra, estala e propaga-se
no meu corpo todo, ousado, em rebelião
penetrando tão fundo e tão desmedidamente
conseguindo tocar até a minha alma.
Lambes-me e mordes-me o pescoço lasso
desarmadilhando todo o meu pudor
sem dó nem piedade e com tanta crueldade
mas que me sabe tão, mas tão bem!
Sou tua cortesã dedicada, usa-me e serve-te
meu amor, hoje e sempre, ao teu inteiro dispor.


CÉU 


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