segunda-feira, 20 de abril de 2020

DANÇA

Acariciada por flores, subtis pétalas, enleadas    
húmidas e borrifadas pelo odor do teu corpo
sinto na minha carne, vibrantes estocadas 
que me dizem da virilidade das tuas vontades
na dança sensual e fatal dos nossos sentidos
que executo, bela e leve, em atrevida perfeição.

E ouvindo, com prazer, os teus cânticos doces
que se desprendem da tua boca com paixão
banho-me, com destreza, nos teus suores 
por desejos cada vez mais fortes e excessivos
indo de rompante ao teu sabor e fragâncias
que em mim se enroscam, despudoradamente.

E mergulho, sem hesitar, nos lençóis despidos
só com o físico, o corpo em tortura e suplício
os lábios a implorar os teus, encarecidos
dos beijos de amor descarados e depravados
que choram pela tua língua, soltando gemidos
executados e lançados por mim, perfeitamente.

E as tuas mãos agarrando a minha cintura nua
balançam-se nela com imaginação e pertença
como se fosse tua, e a dança árabe continua
por mais um momento, um dia e uma lua
sentindo o prazer do teu olhar na deambulação
que se mostra e arde, compulsiva e delirante
libertando os nossos corpos, sem parar, odores
que se espalham no ar dos teus aposentos
implorando, destrambelhados, por tambores
rufando, superlativamente, na cama da servidão.


CÉU          

O MUNDO PASSA POR AQUI