quarta-feira, 14 de agosto de 2024

CAMA DA ESCRAVIDÃO


Acariciada por belas pétalas amarrotadas

húmidas no néctar do odor do teu corpo

sinto nos ossos famintas gargalhadas

que me falam no silêncio das palavras

dos desejos da tua descarada imaginação.


E ouvindo os cânticos doces e escondidos

que ressaltam da tua mão, na Paixão

agarrando os teus suores esculpidos

por anseios cada vez mais prementes

vou, louca, de encontro ao teu odor vivo.


Mergulhando fundo nos lençóis despidos

só com o físico em tortura e suplício

os lábios gemem pelos teus encarecidos

dos beijos de amor, poucos, ardidos

que choram, soltando por ti um suspiro.


As tuas mãos! Agarrando a cintura nua

balançando-se nela como um gáudio

como se fosses dono, a dança continua

por mais um dia e por mais uma lua

em lascivas oscilações de prazer e dor.


Sentindo o prazer do toque de mil flores

que ardem resplandecentes de emoção

os corpos emitem contínuos odores

implorando por mais tambores

rufando, insanos, na cama da escravidão.


CÉU

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